quinta-feira, 3 de julho de 2014

TB1: Resumo do livro-base: Unidade 4 (Caps. 8, 9 e 10) - 2º bimestre

Capitulo 8:   O mundo à revelia

Na transição entre as décadas de 20 e 30 do século XX, as propostas estéticas dos modernistas difundiram-se por todo o Brasil. Com isso, elementos regionais passaram a fazer parte do repertório criativo, e o diálogo do escritor com a realidade social e os fatos históricos que o cercavam ganhou grande importância nesse momento .

Ø  O contexto de produção
A segunda fase do modernismo brasileiro ocorre durante os anos de 1930 a 1945 ( era Vargas ). O Brasil passa, nesse período, por transformações profundas – o desenvolvimento industrial é compartilhado com a tomada de consciência sobre os graves atrasos sociais existentes no interior do país.

Ø  O contexto histórico
A necessidade de modernizar o país, a fim de que ocupasse uma posição menos secundaria no contexto mundial, fez parte do ideário de uma geração de pensadores, artistas e políticos.
De um lado, a perspectiva de igualdade anunciada pelo comunismo e sustentada pelos avanços econômicos atingidos pela então União Soviética      ( nome adotado pela Rússia a partir de 1922 ) passou a interessar a muitos intelectuais europeus e também brasileiros, que viam na revolução social e na participação do operariado e dos camponeses na vida política uma verdadeira transformação. De outro lado, o paternalismo fascista prometia a estabilidade social vendendo a imagem de que o centralismo político garantiria a justa distribuição das riquezas nacionais.

Ø  O contexto cultural
Por toda Europa, a transição dos anos de 1920 para as duas décadas seguintes foi caracterizada, no campo das artes e da cultura, pela aproximação cada vez mais estreita entre a vida cotidiana e algumas conquistas das vanguardas. A arte, antes restritas às elites, também se torna um bem a ser usufruído pelas massas, e adquire valor mais democrático.
Um dos responsáveis por essa “intromissão” da arte na vida comum foi o cinema comercial.
As transmissões de radio e a imprensa ilustrada também se destacaram pela velocidade na difusão de informações.
Associada à tarefa de difusão de informações, ganha corpo a indústria do entretenimento fonográfico. A musica erudita, por exemplo, que décadas antes era ouvida somente pela aristocracia, passou a ser reproduzida largamente pelas rádios. Em paralelo, aprofunda-se o interesse pela veiculação da musica popular.
A arte e ideologia, arte e tecnologia, arte e democracia: é nesse contexto amplo que se encaixa a literatura produzida pela segunda geração de autores do Modernismo.

Ø  O contexto literário.
É possível organizar a produção literária da segunda fase do Modernismo brasileiro  em algumas tendências, entre elas o romance regionalista produzido por escritores nordestinos e a poesia de expressão espiritualista.
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      O sistema literário na segunda geração do Modernismo.
O Modernismo, a partir de 1930, conserva conquistas estéticas, com o uso do verso livre e de um vocábulo mais próximo do cotidiano. Porém, recursos estéticos antes combatidos por serem expressões de uma arte passadista, como a utilização de formas fixas na poesia, voltam a ser valorizados.
Amplia-se também o numero de leitores de textos modernistas.
A influencia de escritores como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade é sentida nessa nova fase. A luta contra o academicismo e a visão de arte como privilegio de poucos – marcas do parnasianismo – continuam na produção de escritores dessa nova geração, vai sendo repensada diante da necessidade de incorporação de aspectos regionais e da discussão de questões sociais do Brasil e do mundo.
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O romance regionalista
O romance regionalista, fruto da reflexão sobre o nacional, explora as contradições de um Brasil ao mesmo tempo urbano e rural, industrial e artesanal, um Brasil cuja fachada de modernidade escondia traços arcaicos e desigualdades regionais. Seus principais temas são: o progresso versus o atraso, o Nordeste pobre em contraposição ao Sul enriquecido, a valorização da tradição cultural versus a adesão aos valores estrangeiros, alem da decadência de um modo de vida organizado em torno de uma sociedade patriarcal, o problema da seca e a falência dos engenhos de açúcar e dos grandes latifúndios.
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A corrente espiritualista
Partindo de influencias do Simbolismo, alguns escritores buscaram uma alternativa ao enfoque regionalista e procuraram expressar o embate do homem contra a realidade por meio de uma escrita intimista, no caso da prosa, e de uma perspectiva espiritual, no caso da poesia.
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O papel da tradição
O romance regionalista de 1930 tem suas raízes nos textos do romantismo que procuraram fixar os tipos brasileiros – especialmente a prosa regional de José de Alencar -, passando pelo Naturalismo de Aluísio de Azevedo. Já ma corrente espiritualista encontram- se os ecos da poesia simbolista, com suas imagens sugestivas e a utilização de sinestesias.
Contudo, a segunda fase modernista não se restringe a essas duas correntes. O mesmo acontece com a poesia de Murilo Mendes, que, propõe uma fusão original entre catolicismo, surrealismo e memória. No caso da prosa, uma escrita de teor intimista cria as bases para que se desenvolva, posteriormente, uma narrativa de caráter psicológico.


Capitulo 9:  O Nordeste revisitado
Uma das fortes tendências da segunda fase das literatura modernista veio do Nordeste e do grupo de escritores cuja produção se convencionou chamar de “ Romance de 30”. Mesclando as propostas do Modernismo ao regionalismo surgido no período romântico e à perspectiva realista do final do século XIX, essa geração de ficcionistas nordestinos trabalha a identidade nacional a partir da observação de suas varias faces regionais. Questões sociais, políticas e econômicas, alem da presença marcante de episódios históricos, surgem nas obras dos quatro escritores mais importantes dessa geração: Raquel de Queirós, Jorge Amado, José Lins do Rego e Griciliano Ramos.
Ø  Raquel de Queirós: a seca e suas desgraças
Raquel de Queirós ( 1910- 2003) exerceu profissionalmente a atividade de jornalista. Escreveu reportagens e crônicas para jornais importantes do Brasil durante a vida toda, mas sua leitura é feita quase exclusivamente de romances. Nesse gênero, a obra mais importante e conhecida é seu livro de estreia, O quinze, publicado em 1930.
Raquel de Queirós mescla a narração de um drama coletivo à anotação das impressões psicologias dos envolvidos naquela situação, tudo isso por meio de uma linguagem simples e direta, próxima do drama que deseja representar e do que seria uma fala mais “brasileira”, segundo a própria autora.
Ø  Jorge Amado: a Bahia como protagonista
Jorge Amado ( 1912-2001) é um dos ficcionistas mais lindos de nossa literatura. A alta vendagem de suas obras, dentro e fora do país, permitiu ao escritor  algo raro entre os artistas nacionais: viver de sua própria produção. Dizia : “ sou incapaz de escrever sobre aquilo que não vivi”. Essa afirmação do escritor é reveladora de características significativas de sua literatura: o engajamento social e o registro de costumes da vida baiana.
Os primeiros romances de Jorge Amado são marcados pela denuncia da miséria e da exploração sofrida pelas classes marginalizadas da sociedade baiana. Entre a cidade e a zona rural, trabalhadores do porto, das fazendas de cacau, prostitutas, negros e meninos de rua são os tipos sociais mais frequentes dessas narrativas, por quem o autor manifesta um sentimento de solidariedade e aos quais lança um olhar lírico.
Ø  José Lins do Rego: a memória dos canaviais.
José Lins do Rego ( 1901- 1957) realizou em sua ficção um duplo resgate histórico: tanto de sua própria biografia quanto da historia das fazendas de cana-de-açúcar dos estados da Paraíba e de Pernambuco, de meados do século XIX ate inicio do século XX. Empregou uma linguagem fluente, marcada pela oralidade, para articular matérias – primas variadas: memórias da região canavieira, pesquisa histórica, imaginação, personagens marcantes.
Ø  Graciliano Ramos: a escrita medida
A paisagem nordestina comparece também na ficção de Graciliano Ramos, como em outros escritores do período, mas aqui ele importa menos do que a representação de um homem em conflito com a natureza, com a sociedade e consigo mesmo.
Os quatro primeiros livros publicados por Graciliano compõem o conjunto mais importante de sua produção literária. São os romances Caetés ( 1933), São Bernardo ( 1934), Angústia ( 1935) e Vidas secas ( 1938).

Capitulo 10: O ciclo do Sul

Ø  Érico Veríssimo: sucesso popular e restrições da critica
As narrativas de Érico Veríssimo ( 1905 – 1975) costumavam ser divididas em três fases: primeira fase – urbana ( década de 1930); segunda fase ( décadas de 1940 – 50 ); terceira fase – política ( décadas de 1960 – 70  ).
A  primeira fase analisa a vida pequeno – burguesa da sociedade gaúcha a partir da década de 1930.
A trilogia O tempo e o vento corresponde à segunda fase da carreira de Veríssimo. Considerada sua obra –prima, alinha o escritor à tendência regionalista da segunda geração do Modernismo.
Pertencem à terceira fase os romances escritos na época em que o Brasil e outros países da America do Sul estavam sob o governo de ditaduras. São os romances O senhor embaixador ( 1965) e Incidentes em Antares 9 1971).
Assumidamente um “contador de historias”, Erico Veríssimo soube habilmente criar tramas envolventes por meio de uma linguagem simples, feita de períodos curtos e vocabulário comum.TB1: Resumo do livro-base: Unidade 4 (Caps. 8, 9 e 10

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